Vivemos numa realidade onde as brincadeiras simples e tradicionais que fizeram parte da nossa rotina já não têm mais espaço. E as nossas crianças modernas tiveram suas vidinhas invadidas pelos “super brinquedos”.
São carros sofisticados, que possuem no controle funções mil. Bonecas que são quase gente de tanta perfeição nos detalhes e movimentos. Lembram daquela primeira motoca? É, aquela mesmo, que dava para virar de cabeça para baixo e dizer que estava fazendo pipoca! Pois é, essa já não tem muita graça. Existe no mercado uma que nem precisa mais pedalar, basta acelerar e ela chega a até 7 km/h... E não seria essa a ação em uma moto de verdade?.
E os brinquedos de super heróis? Já não são só super: são extra, ultra, mega poderosos! Superman, Batman e Homem-Aranha que se cuidem, porque tem uma turma de Powers rondando nossas TVs, e que possuem vários tipos de força!E em meio a tudo isso, as crianças começam a vida fazendo parte do consumismo moderno, se deixando levar pelas propagandas coloridas, apelativas, envolventes, diria até hipnotizantes, pois fazem os pequenos lembrar com detalhes cada um dos afazeres do brinquedo.
É uma verdadeira avalanche de novidades. Como se não bastasse terem tantos efeitos especiais, eles surgem aos montes. Lembram das sonhadas pistas de autorama? Esqueçam! O negócio agora são pistas com loopings radicais que são atacadas por serpentes, tubarões e até dinossauros.E as casinhas de bonecas? Quando sua mãe deixava você pegar um pouco de água para colocar na sua xicarazinha para fingir que era um cafezinho já era bom, não era? Agora imagina você ter uma pia, exclusivamente sua, que sai água da torneira e tudo? É com torneira mesmo! É quase um primeiro emprego de dona de casa!
Quando chegam épocas como o dia das crianças ou Natal, parece que a apelação quadruplica! E os pais ficam em verdadeiros apuros diante do valor desses brinquedos. O que vemos são pais e mães coçando a cabeça, sem saber o que fazer para atender os pedidos dos seus “anjinhos”. Ou mais perdidos ainda quando os queridinhos se transformam naquelas criaturas horrendas, entrando numa crise de birra bem no meio do Shopping.E será que ao realizar esses desejos estaremos realmente deixando nossos filhos felizes? Será que a compra do tal brinquedo nos fará melhores pais ou mães? É claro que não.
Psicólogos, médicos, educadores, enfim, todas as autoridades no assunto são unânimes em dizer que não são os melhores, mais caros e luxuosos brinquedos que trarão a felicidade para nossos filhos. Quanto mais brinquedos eles tiverem, mais eles desejarão novos, e menos valor será dado a cada aquisição. Isso vai se tornando um círculo vicioso, deixando a criança cada vez mais aprisionada num mundo superficial de realizações, que não serão plenamente concretizados no futuro.
É uma pena que essas supercriações acabem deturpando o verdadeiro valor que tem a brincadeira na vida da criança. Criança precisa de coisas muito simples para ser feliz. Precisa de amigos, precisa de família precisa de atenção. O valor de um desses caríssimos brinquedos pode proporcionar uma tarde da família inteira num parque, regado a cachorro-quente, refrigerante, sorvete, muita brincadeira e gargalhada. Ou uma sessão de cinema ou teatro. Quantas vezes a família foi junta assistir algum espetáculo?Qualquer criança adora fazer programas com o pai e a mãe. Andar de bicicletas, soltar pipas, jogar bola, enfim, tudo que a criança sentir que todos ali envolvidos estão de coração!
Programas como esses, ou aquele brinquedinho simples que vende na lojinha da rua, quando são entregues como surpresa, possuem um encanto muito maior que qualquer presente caro.E cabe a nós, pais e mães, nesse mundo complicado em que vivemos, ficarmos atentos para não tentarmos substituir por um super brinquedo aquilo que é mais importante para todas as nossas crianças: o amor.
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